Eu não me dou bem com todo este calor. Ontem foi demais, senti-me cansadíssima e mal disposta todo o dia. Uma sensação de enfartamento, mesmo comendo pouco.
Hoje acordei, pesei-me e… 71,2 kg, um recorde total desde Junho do ano passado de 2008. Senti-me uma lontra, uma inútil, uma falhada, uma…. Oh… quem nunca se sentiu assim? Com vontade de baixar os braços, mandar tudo para o espaço, desistir? Sei lá… aprender a ser gorda feliz, a desfilar gordurinhas com orgulho, fazer um blog pro-fat, a usar tops de licra berrante no ginásio, o raio que parta?
Um sensação de tempo perdido, de incapacidade de gerir a dieta, a minha vida, o raio que parta tudo isto. Eu estou a escrever “raio que parta” porque sou uma gaja educada que odeia escrever palavrões. Mas sou também uma minhota, com um vasto vocabulário de palavrões sempre pronto a ser usado na minha cabeça. Mas não em voz alta, nunca perante desconhecidos. (já disse que sou uma gaja educada?)
Mas a vida não pára só porque nos achamos umas lontras dignas do Oceanário. (raios… as lontras são no Oceanário ou no Zoo Marine???).
E eu tinha que sair, logo, tomei banho, vesti um vestido azul marinho (ah! Nada como uma corzinha escura pra “elegantear” a figura, né?), um colar de turquesas (se veste escuro tem de ter acessórios com vida, certo?) e peguei num anel e… porra, não entrava. Olho para o anel, para as mãos… experimento o meu favorito, que usei no sábado. Também entrava com dificuldades. Olhei bem para as mãos, olhei para os pés e… inchada! Eu estava positivamente inchada. Eu não engordei mais de meio quilo com meia pizza média e uma cerveja no sábado. Eu inchei foi com o calor! (ou com as picadas das putas das melgas, tou que pareço um animal. Ah.. e nem venham com essa de eu dizer “putas das melgas”, que isso não conta como palavrão ou insulto. É constatação da realidade, tá?)
Adiante: nunca me senti tão feliz na vida por estar inchada, picada e com a tensão arterial baixa. Porque gorda que é gorda, prefere tomar 2456 anti-histamínicos a engordar “mesmo” 500 gr, essa é que é essa.
Melhor ainda: andei horas na rua, bati perna no supermercado, ruas de paralelo, u name it, com as minhas sandálias de 7 cms. De vestido. Com calor.
E? bommmm…. Andei de vestido, sem meias e de salto alto.
No meu auge isto era impossível: dores nos pés, dor no joelho, cansaço e… coxas com “pele assada”.
E isso deu-me novo alento: posso ainda estar longe do meu objectivo, mas também já estou longe daquela gorda infeliz que passava o Verão de calças e calçado raso porque não podia sequer usar saias mais de 2 ou 3 horas sem ficar com a parte interior das coxas toda vermelha e inflamada. De pés doridos. Essa já não sou eu.
E sim, vale a pena abdicar de algumas coisas para ter o prazer de andar de vestido e salto alto. Pelo menos para mim! E para vocês?